CHAMAM-ME DE INHASSORO
Intervenção da Editora
Distintos convidados, autoridades locais eventualmente
presentes, representantes da educação, da cultura e da sociedade civil,
familiares, professores, alunos, e, sobretudo, estimados leitores …
É com elevada honra e entusiasmo que participamos
neste momento singular: o lançamento oficial da obra: Chamam-me de Inhassoro, da autoria do escritor Nelson Nhachale,
filho desta terra e porta-voz das suas memórias.
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De Nelson Nhachale |
O livro Chamam-me de Inhassoro, cujo lançamento
estamos a testemunhar, não é apenas uma colectânea de palavras — é um acto de
escuta, de identidade e de pertença. É a vila que fala, que recorda e que se
afirma. A Revista Academus existe precisamente para isso: para difundir
narrativas que nos representam, que nascem da alma das comunidades e se
transformam em património literário.
Caros convidados,
estimados leitores, amigos da cultura e da literatura moçambicana, em nome da
Revista Academus, partilho convosco algumas palavras sobre o percurso editorial
da obra que hoje celebramos: Chamam-me de
Inhassoro. Mas antes gostaria de convidar ao escritor a dizer-nos em poucas
palavras, por que razão escolheu este título: … … …
Video completo
De facto, este livro
chegou-nos no dia 6 de Julho de 2024, acompanhado de uma proposta ousada: que
fosse avaliado, editado e publicado até ao dia 25 do mesmo mês. Como editor
responsável, a proposta surpreendeu-me bastante — não pela qualidade da
intenção, mas pela aparente impossibilidade de conciliar esse calendário com os
nossos padrões editoriais, que prezam o rigor, a reflexão e o amadurecimento de
cada obra que publicamos.
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PARA PEDIR TEU EXEMPLAR |
De imediato, submetemos o
manuscrito ao nosso processo de avaliação editorial, que é exigente, mas justo.
Qualquer obra, antes de ser aceite, é analisada por três revisores
independentes, que avaliam aspectos essenciais como: o valor sociocultural, a estrutura narrativa e a relevância temática.
Esta obra foi aprovada em dois dos critérios, mas não no terceiro. No entanto,
isso não foi o fim — foi o princípio de um processo intenso de trabalho.
Elaborámos
um parecer detalhado, com comentários críticos e sugestões concretas de
melhoria. E, é aqui que se revela a verdadeira grandeza do nosso autor: Nelson
Nhachale, não apenas acolheu as recomendações com humildade e maturidade, como também
se lançou de corpo e alma na reescrita da obra. Submeteu novamente o texto — e
aí, sim, reconhecemos o nascimento de algo verdadeiramente especial.
Quando nos sentámos para
discutir a edição final, percebemos que este não poderia ser apenas mais um
lançamento apressado. Estávamos perante um livro que exigia ser tratado com singularidade,
com respeito pela sua profundidade histórica, e com amor pelo território que
representa: o actual distrito de Inhassoro.
Foram mais de 14 versões
de capa, numa tentativa quase obsessiva de encontrar a imagem certa. De todas,
preferimos a mais samples, a capa actual, porque buscávamos aquela que não
fosse genérica, mas que captasse a alma da vila, os seus silêncios e as suas
palavras, as suas marés e as suas memórias. Cada detalhe da edição — da
tipografia à estrutura dos capítulos — foi pensado com o cuidado que se reserva
aos livros que marcam a identidade de uma vila moçambicana como Inhassoro.
Chamam-me
de Inhassoro é, por isso, uma obra preparada com dedicação, exigência e
profundo respeito pelos leitores. É uma viagem que começa no íntimo de um lugar
e se desdobra até tocar as questões maiores de uma nação: a pertença, a memória, a justiça, o desenvolvimento e a dignidade. Tal
como descreve a sinopse da obra:
“Chamam-me de Inhassoro” é uma ode poética e histórica a uma vila
moçambicana que se ergue entre o azul do Índico e o calor da savana. (...)
Inhassoro toma a palavra e narra a sua própria existência — não como um mero
lugar no mapa, mas como uma entidade viva (...). Mais do que uma crónica local,
este livro é um exercício de pertença e memória colectiva.”
Este é, portanto, um
livro que fala, aconselha, recorda, denuncia e espera. É um livro para ser lido
em silêncio e em voz alta. Na cabeceira, na sala de aulas, à fogueira com os
filhos e os avós. Um livro para ver a vila com novos olhos e para ouvir nela a
promessa de um futuro mais justo e mais nosso.
Por isso, a todos os
presentes deixamos um convite sincero:
Adquiram este
livro. Leiam-no. Partilhem-no. Levem-no convosco como memória viva de
Inhassoro.
Hoje, o autor está aqui para assinar os exemplares.
Mas, mais do que um autógrafo, que levem convosco o
espírito desta vila, que agora tem voz em vossos corações.
Muito obrigado a todos.
Revista Academus – Difundimos
narrativas que nos representam.
Obrigado!
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