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MOÇAMBIQUE NUMA ENCRUZILHADA - Por Fernando Jorge Cardoso (PhD)

 

Entre a manutenção do regime, o caos, o golpe de estado e uma saída negociada.

A chamada "maldição de recursos" é uma falácia!

 

Por: Fernando Jorge Cardoso, Professor Catedrático[1]

 

Tenho acompanhado diariamente o que se está a passar e tenho por vezes opinado em órgãos de informação. Acho chegada a altura de deixar por escrito a minha leitura dos acontecimentos.

1. A governação da Frelimo a partir das primeiras eleições foi-se centrando, paulatinamente, no enriquecimento de grupos que dela faziam parte e de pessoas que a ela se juntaram aberta ou sub-repticiamente - incluindo traficantes de droga e máfias de vários tipos. Contrariamente a proclamações esporadicamente feitas, a unidade interna na Frelimo a partir da segunda metade dos anos 1990 só tem existido para a defesa de um interesse comum: a manutenção do regime e do Partido no poder.

2. Moçambique está longe de constituir caso único nesta subversão ética da governação. Na verdade, a história - não só de África - mostra-nos que, na esmagadora maioria dos países, os períodos de acumulação de riqueza e de formação de burguesias nacionais foram períodos de transferência de bens públicos para o privado. Nos casos em que era incipiente, o sector privado constituiu-se transformando em proprietários altas patentes militares e ex-governantes, associados a comerciantes. Esta formação de uma classe de novos proprietários (não de novos empresários) mantém, via de regra, a ligação aos governos e instituições do Estado, para garantir privilégios e preferências. Em paralelo, muitas das vezes os que permanecem no governo não aguardam o fim dos seus mandatos e criam eles próprios negócios próprios, participando da apropriação danosa, abertamente ou através de terceiras partes, incluindo familiares, das riquezas e negócios lucrativos. Os exemplos são tão evidentes, que esta análise nem precisa de teorias justificativas (que as há) - ela decorre da simples observação dos factos e das lógicas associadas.

3. No caso de Moçambique, com particular visibilidade na segunda década deste século, a acumulação de riqueza foi feita de forma particularmente descarada, com os novos ricos e seus filhos a ostentarem riqueza, em contraposição com a evidente  degradação do nível de vida da população - que regrediu perto de 20% na última década. E como sempre acontece, a corrupção dos dirigentes serve de exemplo e de estímulo a toda a hierarquia do Estado - da administração pública à polícia. E as pessoas que procuram manter a ética no trabalho acabam por ser alvos de "mau exemplo" e sofrerem consequências. E tudo se passou ao mesmo tempo que eram anunciadas descobertas de enormes reservas de gás, acompanhadas pela sucessiva concessão de minas contendo minerais críticos para a indústria ou matérias primas valiosas nos mercados de luxo e financeiros - de grafites a areias pesadas, de rubis a ouro. Estas descobertas estão a transformar o país num apetecível destino de investimentos que, como sempre, criam riqueza e originam rendimento, que pode servir para construir infraestruturas e modernizar a economia ou para servir a ganância de alguns. Em economia, a chamada "maldição de recursos" é uma falácia: a "maldição" é dos dirigentes.

4. A descoberta de riquezas criou expectativas e originou promessas. Estas expectativas e promessas cruzam-se com realidades demográficas: só nesta terceira década, têm estado a atingir a idade de 18 anos cerca de 500 mil jovens por ano, números que vão continuar a aumentar, consequência da estrutura etária jovem do país e das taxas de fertilidade. Este afluxo de jovens à idade de trabalho acontece cada vez mais em ambiente urbano, uma vez que as taxas de urbanização têm vindo a crescer todos os anos, tendo a população urbana já ultrapassado a população rural. Estes jovens enfrentam nas cidades e outros centros urbanos empregos escassos e diminutas oportunidades de negócio, com o inevitável recurso a actividades informais e originando o aumento do desemprego e da marginalidade.

5. O cenário exposto é, em si próprio, um barril de pólvora, pronto a explodir. Foi o que aconteceu em 2024, com a fraude eleitoral, amplamente documentada por relatos, denúncias e vídeos (alguns falsos, a maioria verdadeiros), que mostram registos eleitorais superiores à população em idade de votar, enchimento de urnas, falsificação de actas e editais, reuniões de funcionários do aparelho da Frelimo a instruir voluntários eleitorais para garantirem a vitória nos locais de voto, compra de cartões eleitorais particularmente nas localidades onde se previa uma forte votação anti-Frelimo, etc. Toda a oposição e a maioria das entidades da sociedade civil denunciou a fraude. Tal aconteceu igualmente com algumas figuras proeminentes da Frelimo da primeira geração da independência no governo do Samora - desde a Graça Machel, ao Teodato Hunguana, ao Hélder Martins e a muitos outros que ocuparam cargos governamentais e no Partido e que hoje pouca ou nenhuma influência têm nesta Frelimo (qualifico o termo "esta" Frelimo: um conjunto de pessoas organizadas à volta do extenso aparelho do Partido com uma cúpula formada por grupos organizados à volta de líderes, que, não obstante serem adversários ou mesmo inimigos, partilham de um interesse comum: manter o regime). Interessantemente, o próprio acórdão do Conselho Constitucional acabou por admitir a fraude, o que não impediu, como era esperado, que validasse os resultados das eleições, alegando que os episódios analisados não eram de molde a modificá-los.

6. A fraude expressa dois fenómenos que se interligam e explicam a situação de revolta popular no país: um, a intenção de manter o poder a todo o custo; dois, o desprezo pela vontade popular e a incompreensão (ou desconsideração) da realidade social. Hoje, as pessoas são mais instruídas, mais urbanizadas, e não se deixam enganar facilmente, os telemóveis são uma arma poderosa de divulgação de informação e de mobilização, na população, incluindo a rural, parte da classe média e média baixa está farta do regime e os jovens graduados que vêm que o futuro está no desemprego e na precariedade rejeitam o regime e abraçam a liderança de Venâncio Mondlane. Na verdade, a fraude nem sequer procurou ser escondida com várias pessoas do aparelho desta Frelimo a dizerem e repetirem "daqui não saio daqui ninguém me tira". Tal foi o descaramento que não se preocuparam sequer em esconder o que era mais que óbvio. Para dar um exemplo, anunciaram a derrota do candidato Manuel Araújo para o Pio Matos na Zambézia por 80 - 20 (inconcebível para quem acompanhou as campanhas e a quantidade de apoiantes nas ruas dos dois candidatos - inconcebível também seguramente para todas as Embaixadas presentes no país). E desta vez, tal como havia feito nas eleições municipais de 2023, onde o magnânimo Conselho Constitucional rearranjou os resultados para dar a vitória em Quelimane ao Araújo - e retirar a vitória na cidade da Matola, a segunda maior do país, "colada" a Maputo, ao candidato, Venâncio Mondlane. Como dizemos em Ciência política, o poder corrompe, mas o poder absoluto corrompe absolutamente - neste exemplo também boçalmente, acrescento eu.

7. Desde o início da campanha eleitoral de 2024 Venâncio Mondlane veio protagonizar o sentimento de frustração e de repúdio pela governação e contra esta Frelimo. Venâncio mostrou a coragem, o carisma (visível na identificação que tem com a população mais desfavorecida) e a capacidade para liderar um amplo movimento popular de oposição, reclamando pela "verdade eleitoral" - ou seja, pela recontagem de votos nas urnas que, mesmo que adulterados pelo "enchimento" de urnas, não bateriam certo com os editais, evidenciando uma fraude maciça. Porém, ao considerar que verdade eleitoral significaria entregar-lhe o poder, Venâncio ignora que a existir fraude tal implicaria a anulação do acto eleitoral e a sua repetição.

8. A governação de Nyussi era já há muito contestada por diversas personalidades e grupos na Frelimo. É mais que evidente o significado da ausência de Guebuza no palanque da sede nacional da Frelimo, onde foi realizada a cerimónia de  comemoração da decisão do Conselho Constitucional - onde Chapo discursou frente a duas dúzias de militantes, o que foi mais que vexatório. Um outro elemento que suporta esta conclusão é a não realização de negociações directas (a conversa telefónica nas vésperas da decisão do CC foi obviamente uma operação de cosmética política) entre Nyusi e Venâncio. Em suma, a farsa foi levada até ao fim e a fraude foi sancionada, com promessas de mudanças de legislação para futuros actos eleitorais e de governações inclusivas.

9. Com a validação das eleições pelo Conselho Constitucional, o caos, que já estava nas ruas, intensificou-se, com relatos de saída de familiares de dirigentes da Frelimo do país e de refúgio de alguns ministros e altos quadros do governo e do Partido em hotéis "fortificados", na esperança que a tempestade passe e a bonança retorne até dia 15 de Janeiro, dia da tomada de posse. Naturalmente que o caos nas ruas é multifacetado: do lado dos manifestantes, há os que procuram não destruir propriedade pública ou privada e evitar que outros o façam, há os que aproveitam para abastecer as suas casas com bens alimentares, há outros que pilham comerciantes e empresas - e que não serão só criminosos libertados de prisões destruídas, já existiam criminosos e marginais muito antes de 2024; do lado das forças policiais, vemos situações de repressão de manifestações e de morte de manifestantes, situações de defesa de posições e rotas estratégicas, mas também começam a chegar relatos e vídeos que mostram elementos da polícia, incluindo das Unidades de Intervenção Rápida, a juntarem-se pontualmente a manifestantes no roubo de armazéns e lojas. Era esperável: historicamente os movimentos sociais inorgânicos são imprevisíveis - Moçambique não é excepção.

10. É interessante referir a posição dos militares, que não têm intervido na ordem interna e que mantêm uma postura de distanciamento e não colaboração com a repressão. E porque não intervêm os militares? Provavelmente por observarem códigos de conduta adequados. Mas há que compreender também que, nos acordos de Roma de 1992 entre a Frelimo e a Renamo, ficou prevista a constituição de Forças armadas com paridade de membros indicados por ambos os Partidos, e a integração - mas neste caso sem referir percentagens, de membros da Renamo nas polícias. Tal "falha" foi aproveitada pela Frelimo de Chissano, que marginalizou a formação de forças armadas - p.e. forças especiais treinadas ao abrigo de acordos com Portugal, acabaram por se tornar inoperacionais ou dispersarem, pelo abandono logístico e organizacional a que foram votadas. Em paralelo, houve um reforço progressivo de unidades policiais e dos serviços de segurança, sem a incorporação (ou sem significativa incorporação) de elementos conotados com a Renamo, tendência esta que atingiu o auge na governação de Guebuza, com a criação da polícia de choque - as Unidades de Intervenção Rápida, com formação, equipamento e disciplina militar.

11. Parte da chamada operação das dívidas ocultas foi gizada para apetrechar este tipo de forças, com o objectivo de derrotar os grupos remanescentes da Renamo que se haviam reagrupado na Gorongoza sob a liderança de Afonso Dhlakama. Não foi por acaso que a operação de financiamento ilegal foi feita sem conhecimento e aprovação do Parlamento, afinal de contas nele tinham lugar deputados da Renamo. Quando a guerra em Cabo Delgado se iniciou em 2017, as forças enviadas para as combater foram desta polícia de intervenção, dada a situação de inoperacionalidade das Forças Armadas, que só após 2019 e com o apoio financeiro e logístico da UE, começaram a ser preparadas para o ambiente de contra-guerrilha, com a constituição de Forças de Reacção Rápidas - comandos e fuzileiros - que por lá se mantêm. Ou seja, mesmo que houvesse intenção, a diferença numérica e de armamento entre as Forças Armadas, particularmente o exército, e as Unidades de Intervenção Rápida da polícia é desproporcional e favorável às UIR nas imediações da capital. Contudo, há que ressalvar que, face a situações de revolta popular, a motivação de combate de um pequeno número de militares pode ser reforçada pelo eventual apoio popular maciço. Ou seja, o papel dos militares, até agora não sentido, pode manifestar-se em qualquer momento, sendo esta possibilidade parte da equação.

12. Que força, meios e apoios têm Venâncio Mondlane e Daniel Chapo? Este último é, além de putativo presidente eleito, Secretário Geral da Frelimo e, desde o anúncio dos resultados das eleições no dia 23, o poder do inquilino da chamada "Casa Branca", a sede nacional da Frelimo, poderá ter, pelo menos formalmente, aumentado. E Venâncio Mondlane? Há quem desdenhe da sua atitude messiânica e que lhe aponte um posicionamento ideológico próximo do Bolsonaro no Brasil ou do Chega em Portugal, para discorrer sobre os perigos que adviriam de um governo por si dirigido. Estas características "messiânicas" existiam em líderes como Samora ou Dhlakama, e não podemos olvidar que a igreja evangélica que apoia Venâncio também apoiou Bolsonaro no Brasil. Quanto ao Chega ou membros como o Mithá Ribeiro que entram em lives abertos, querem dizer pouco quando sabemos que o Bloco de Esquerda ou a Iniciativa Liberal têm tomado posições pró-Venâncio Mondlane. Bem mais importantes são as suas posições de combate ao regime desta Frelimo corrupta. Mas sejamos claros, a Frelimo mantém vantagem nos apoios (ou na não condenação) dos países que têm empresas e homens de negócio em Moçambique. Tem havido retraimento ou calculismo na ausência de apoios de países da UE ou da China a Venâncio Mondlane. Parte da razão poderá residir num formalismo diplomático, já que é o governo da Frelimo que representa o país. Poderá também ser reflexo de uma menos cuidada apreciação do que se está a passar no país. Mas como todos sabemos, business is business, não há que confundir interesses com ideologias, se amanhã o governo de Moçambique for representado por outro Partido o comportamento será porventura semelhante.

12. Venâncio Mondlane tem uma forte posição no cenário político e no futuro de Moçambique. Porém, tal não significa que não tenha cometido erros político e geopolíticos que poderão explicar algum afastamento por parte das chancelarias no país (apesar de todas as Embaixadas em Maputo saberem que houve uma extensiva fraude eleitoral e que as eleições deveriam ser declaradas nulas - claro que, em política, saber é uma coisa, tomar posição é outra). Dois dos erros cometidos merecem ser referidos por terem tido impacto negativo na posição de Mondlane. Um dos erros, foram as ordens para encerramento da circulação nos portos e nas fronteiras - esta posição prejudica a população, principalmente a mais pobre, pois impede o normal abastecimento dos mercados com bens de consumo importados, particularmente alimentares e é parte da razão dos roubos a armazéns e lojas. Esta medida hostilizou também os governos dos países vizinhos (África do Sul - região de Gauteng, Zimbabwe, Malawi e também Zâmbia e Esuatini), que dependem das ligações rodoviárias e ferroviárias para o funcionamento das respectivas  economias, tendo dado credibilidade regional às alegações da Frelimo que as manifestações são subversivas e violentas. Outro dos erros, foi a hostilização da classe média, logo após ter ganho a sua adesão, como o comprovam as "paneladas", que aconteceram nos bairros "ricos" - na av. Julius Nyerere, em partes do Sommerschield e da av. 24 de Julho da Eduardo Mondlane. A razão dessa hostilização deveu-se a iniciativas de um conjunto de académicos e jornalistas que vieram defender uma saída negocial, tendo tal sido (mal) lido como apoio a posições da Frelimo. Há que realçar, porém, que,  em visualizações posteriores, estes erros foram corrigidos, denotando uma reflexão mais cuidada e eventuais chamadas de atenção que lhe terão chegado por apoiantes.

13. E hoje, dia de Natal, que opções existem para resolver o conflito instalado? Vejo quatro caminhos. O primeiro é de esvaziamento das manifestações, situação em que as polícias se mantêm coesas e firmes na repressão - e nesta hipótese não está fora o desaparecimento físico de Venâncio Mondlane, que tem sido alvo de tentativas de assassinato a soldo dos mandantes do regime - que, obviamente, nunca o admitirão. O segundo corresponde a uma manutenção das pessoas nas ruas, que poderá conduzir a uma situação de caos governativo que tornará imprevisível o futuro - e ninguém será capaz de prever o que vai acontecer dia após dia, com a possibilidade de uma tomada popular do palácio presidencial, ou/e de uma intervenção militar externa por parte de vizinhos, não excluindo outros cenários que irão tomando forma. O terceiro corresponde a um golpe de estado militar protagonizado por militares, eventualmente apoiados pelos manifestantes e por organizações partidárias e da sociedade civil, que suspenda a constituição e crie um governo transitório - na verdade, este cenário seria o mais provável se não fosse a fraqueza da instituição militar pelas razões já aduzidas.

14. O quarto caminho seria o das negociações conducentes a  um acordo político entre Venâncio Mondlane e Daniel Chapo, que teria que ter a chancela  dos principais partidos, particularmente do Podemos, da Renamo, do MDM (e desta Frelimo...). Para tal há que tomar em conta dois pressupostos: um, que o Venâncio Mondlane aceite conviver transitoriamente com o resultado de eleições fraudulentas; dois, que o Daniel Chapo tenha um apoio suficiente na Frelimo para comandar o processo. Assumindo que tal se concretizaria, o acordo provavelmente implicaria um governo inclusivo, chefiado por um primeiro ministro aceite por ambos, com poderes reforçados (incluindo sobre as Forças de Defesa e Segurança) e com o aval das forças partidárias, que restabeleceria a ordem, o normal funcionamento das instituições e prepararia as condições logísticas e políticas para a realização de eleições num prazo a estabelecer. Este quarto caminho, o das negociações com um acordo, teriam que acontecer antes do dia 15 de Janeiro ou outro caso seja posticipado - e, se possível com observadores nacionais e internacionais. Várias questões se entre-cruzam e teriam que ser resolvidas nesse acordo, desde o poder do PR e do PM, da Assembleia da República, das Assembleias Provinciais, a nova composição do Conselho Constitucional e outras. Mas é para isso que existem conselheiros e juristas.

15. Caso um acordo seja inviável, acontecerá um dos outros caminho referidos. Ou um quinto, que francamente não vislumbro.



[1] Fernando Jorge Cardoso é Professor Catedrático convidado da Universidade Autónoma de Lisboa -Departamento de Relações Internacionais, Subdiretor do OBSERVARE e Editor do Anuário Janus. Investigador integrado do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL. Licenciado em Economia (1976) pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM) de Maputo, doutorado em Economia (1991) e Agregado (2006) pelo ISEG da Universidade de Lisboa. Tem mais de uma centena de publicações sobre desenvolvimento, geoeconomia e segurança, com foco sobre África. Em Moçambique, foi Diretor da Faculdade de Economia da UEM (1978-1983), assessor do Ministro do Plano (1977-1983) e Diretor-Geral da empresa açucareira Maragra (1983-1985). Em Portugal, exerceu funções de investigação, formação e gestão em várias universidades (1991-2021), coordenou a área de África do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (1991-2012) e a área de Estudos Estratégicos e do Desenvolvimento do Instituto Marquês de Valle Flôr (2012-2021). Como consultor, preparou e avaliou programas de cooperação em Moçambique, Angola, Cabo Verde e no grupo PALOP. É cofundador e diretor executivo do Clube de Lisboa e colabora regularmente com o Instituto da Defesa Nacional e o Instituto de Estudos Militares.                   

 

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