Mau uso da Inteligência Artificial por estudantes e conflito geracional na era da digitalização

 Misuse of artificial intelligence by students and generational conflict in the era of digitalization: challenges in the educational context of secondary schools in Lichinga, Niassa province

Autores:

Tonito Benedito Machesso[1]
Benedito Albino Machesso[2]

Elisio Luciano Gama[3]

RESUMO

Este estudo investigou o mau uso da Inteligência Artificial (IA) por estudantes e o conflito geracional no contexto da digitalização das escolas secundárias de Lichinga, província do Niassa, Moçambique. Adoptando uma abordagem mista, o trabalho envolveu 148 participantes, incluindo estudantes, professores, directores e encarregados de educação, distribuídos em quatro escolas (duas públicas e duas privadas). Os resultados indicam que os estudantes utilizam a IA de forma indiscriminada para realizar tarefas escolares, frequentemente sem compreensão crítica, enquanto muitos professores apresentam resistência e dificuldades no uso dessas tecnologias devido à baixa formação digital. A ausência de políticas institucionais claras sobre o uso ético da IA contribui para agravar esses desafios, criando tensões entre as gerações e comprometendo a integridade académica. O estudo destaca a necessidade urgente de formação docente, desenvolvimento de normativas escolares e adaptações curriculares que promovam o uso consciente e pedagógico da IA, além do investimento em infraestrutura tecnológica para reduzir desigualdades. Este trabalho oferece subsídios para políticas educacionais que conciliem inovação tecnológica e práticas pedagógicas contextualizadas, contribuindo para a melhoria da qualidade da educação na região.

Palavras-Chave: Inteligência Artificial, Conflito Geracional, Educação.

 

Abstract
This study investigated the misuse of Artificial Intelligence (AI) by students and the generational conflict within the context of digitalization in secondary schools in Lichinga, Niassa Province, Mozambique. Adopting a mixed-methods approach, the study involved 148 participants, including students, teachers, school principals, and guardians, across four schools (two public and two private). The results indicate that students indiscriminately use AI to complete school assignments, often without critical understanding, while many teachers show resistance and difficulties in using these technologies due to low digital training. The absence of clear institutional policies on the ethical use of AI exacerbates these challenges, creating tensions between generations and compromising academic integrity. The study highlights the urgent need for teacher training, development of school regulations, and curriculum adaptations that promote the conscious and pedagogical use of AI, as well as investment in technological infrastructure to reduce inequalities. This work provides support for educational policies that reconcile technological innovation with contextualized pedagogical practices, contributing to the improvement of education quality in the region.

Keywords: Artificial Intelligence, Generational Conflict, Education.

LER NA ÍNTEGRA

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[1] Tonito Benedito Machesso é licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Rovuma (Extensão de Lichinga), onde concluiu igualmente a Pós-graduação em Metodologia de Ensino. Possui formação técnico-profissional em Contabilidade e curso de Informática Básica. O seu percurso académico reflete um interesse contínuo pelas áreas da gestão, educação e contabilidade, com enfoque na formação de competências aplicadas à administração e ao ensino superior. ORCID: https://orcid.org/0009-0000-9684-9831.

[2] Benedito Albino Machesso é psicólogo educacional, formado pela Universidade Pedagógica – Delegação do Niassa (2012–2016), e mestrando em Avaliação Educacional pela Universidade Rovuma (2023–2025). Possui ampla experiência docente, tendo lecionado em diferentes níveis de ensino e exercido cargos de direção escolar no distrito de Mavago. Atualmente, é docente de Psicopedagogia e Formação Humana na Escola Secundária São Martinho de Lima, em Lichinga. Os seus interesses académicos abrangem a psicologia educacional, avaliação e desenvolvimento humano. ORCID: https://orcid.org/0009-0002-1858-0333.

[3] Elísio Luciano Gama é licenciado em Ensino de Português com Habilitações em Ensino de Inglês pela Universidade Pedagógica – Delegação de Niassa (atual Universidade Rovuma) e mestrando em Avaliação Educacional na mesma instituição. Formado inicialmente pelo Instituto do Magistério Primário de Quelimane, possui ampla experiência na docência e dedica-se à investigação sobre ensino de línguas, educação e desenvolvimento humano. O seu percurso académico reflete um compromisso contínuo com a qualidade do ensino e a valorização da língua e cultura moçambicanas. ORCID: https://orcid.org/0009-0003-7817-3438.